Hope As A Praxis

SANDRA POULSON 

HOPE AS A PRAXIS, 2021

‘Hope As A Praxis’ foca nas formas que a ‘necessidade’ assume, particularmente em sua capacidade como ‘habilidade’. A necessidade como habilidade tem sido destacada em massa pelas mudanças a que o mundo tem sido submetido, demonstrando a simbiose entre crise e desenvoltura. Em Luanda, tudo e qualquer coisa tem sido um recurso há muito tempo, e os conceitos de upcycling, reciclagem e justaposição do inútil têm sido continuamente a realidade. Este trabalho de investigação da vida e das múltiplas realidades de Luanda,  examina de perto o valor da cultura material dos utensílios domésticos comuns que a maioria da  população possui, em todas as classes, e que estão sujeitos à resposta das pessoas às suas  propriedades materiais.

A instalação site-specific compreende 17 iterações de cadeiras em processo de quebra. As cadeiras são feitas de tecido de cetim verde e foram cortadas, costuradas e endurecidas com base na cadeira de plástico mais comum usada em todo o continente nas casas das pessoas.

Em Luanda, quando uma cadeira de plástico quebra, e eles realmente quebram o tempo todo, as pessoas as mantêm em casa. Na esperança de consertá-los por justaposição com outra cadeira de plástico quebrada em uma parte diferente, duas cadeiras quebradas levam a uma nova muito mais forte. A realidade é que essas cadeiras são o principal mobiliário doméstico da maioria da população e, portanto, usadas além de sua finalidade de ‘cadeira de jardim’. Em Angola, as pessoas chamam esse mobiliário de ‘espera condição’ que se traduz em ‘esperar por condições’, as condições de vida que muitas vezes não chegam.

O trabalho, portanto, existe no espaço entre o faltar e o ter. Esse espaço é a esperança. Esperança Como Práxis. A crença contínua e essencial de que algo vai melhorar.