Indivíduo . Cidade . Metamorfose
29 Mar, 2018 - 24 Apr, 2018
De 3ª a Sábado. Das 10h às 19h.
“Cada geração, dentro de uma relativa opacidade, tem de descobrir missão, cumpri-la ou atraiçoá-la.” Frantz Omar Fanon
Hoje, no ainda proêmio da era digital em que nos encontramos, é pertinente questionar que missão poderão prestar as galerias de arte nas sociedades contemporâneas? Um pouco por todo lado, e em África não diferente, o papel das galerias de arte, têm vindo a sofrer mudanças drásticas. Os desafios são novos, os polos produtores de cultura e pensamento entraram num processo de requalificação.
Partindo do princípio de que os limites tradicionais que definiram as funções da arte se alteraram, o espaço galeria de arte deixa de ser um mero cubo de paredes brancas e passa a ser a própria extensão da vontade e espírito do artista, justaposto com pulsar e o dinamismo da sociedade em que estes se inserem. E de que forma poderão os africanos inventar o futuro? Arriscamos a apontar que o caminho começa por identificar e estimular aqueles que têm as capitais africanas como Luanda, a sua maior fonte de inspiração. Os artistas que aqui reunimos partilham dessa verve inventiva, mostrando que da cidade e suas geografias físicas e emocionais, é extraída matéria prima que lhes permite trazer ao de cima, para o centro da cultura global, as diferentes Angolas que, com suas identidades e sensibilidades singulares, sustentam este espaço.
Ei-los aqui: Délio Jasse, Francisco Vidal, Iris Chocolate, Kiluanji Kia Henda, Nástio Mosquito, Tiago Borges e Yonamine. Alguns dos artistas angolanos, autóctones e alóctones neste espaço, que estão a inventar o futuro que já começou. O que eles criam são para nós uma espécie de lupa, o instrumento que nos permite olhar um pouco mais perto, um pouco mais fundo do que realmente somos. Eles, melhor do que ninguém, sabem que qualquer manifestação artística, para fazer sentido em Angola, precisa do impacto transcendente igual ao de uma bofetada ou de um beijo inesperado.
Agora, cabe a cada um de nós escolher o remédio que melhor lhe serve, pois, o diálogo que aqui iniciamos tem como ponto partida a cidade de Luanda e a intenção de alcançar as fronteiras que a imaginação nos permite.
Bem vindos a JAHMEK contemporary art.
Kalaf Epalanga